sábado, 13 de junho de 2009

Cirneco do Etna


raças mediterrâneas poderiamos deduzir que a origem do cirneco encontra-se nos antigos legréis, assim como ocorre com o cão dos faraós, atualmente localizado nas Baleares, com o qual tem muitos pontos de contato, se excetuamos as dimensãoes. Os fenicios fizeram do lebrel o objeto de um valiosíssimo comércio, levando-o primeiro da Ásia à África e sucessivamente às costas da Grécia e seu arquipélago, à Sicilia e a outras ilhas mediterrâneas.
Hoje não existe, na Sicilia, um tipo de lebrel autêntico, o que faz pensar que os mesmos cães deixados pelos fenicios nas costas sicilianas foram-se adaptando e modificando gradativamente até converterem-se nos cirnecos atuais, com uma diminuição paulatina, provavelmente devida à falta de alimento, de grandes espaços livres onde galopar e aos cruzamentos reiterados entre consangüíneos. Mas haveria permanecido inalterada a característica das orelhas retas, próprias dos antigos lebréis.
O cirneco do Etna, na sua forma atual, é indiscutivelmente autótone da Sicilia, onde é encontrado desde tempos imemoriais: isto é testemunhado por uma quantidade de descobertas arqueológicas, como pedras esculpidas e moedas antigas. Em Adrano (onde ainda hoje a raça é muito abundante), existia desde tempos pré-históricos um templo dedicado a uma divindade local: era custodiado por cirnecos, dotados, segundo Eliano (De natura animalium II) de um extinto sobrenatural, graças ao qual agrediam os sacrílegos e aos ladrões, enquanto recebiam festivamente os devotos.
Os cirnecos atuais são os únicos cães empregados para caçar nas ladeiras do Etna, cuja rocha vulcânica torna difícil não só a carreira, mas a simples marcha. Especialistas na caça do coelho selvagem e da lebre, caçam com igual destreza qualquer presa com pernas: faisões, perdizes, galinholas e codornizes. Trabalham lentamente, com o nariz na terra, seguindo o rasto da presa com paciência e atenção. Absolutamente silenciosos, são ouvidos somente quando cavam ou estão muito perto.

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